“100 % branco”, “orgulho hétero” e outras falácias do discurso neutralizante e anti-histórico

Ei você aí, leitor que já deve ter lido essas duas primeiras expressões do título em alguma campanha virtual, em alguma camiseta bem estilizada ou mesmo em uma conversa despretensiosa com amigos num bar e que concorda, sem nenhuma crítica, com elas. É a você  que dirijo meu texto. Não especificamente a você, mas a esse discurso, cujos propósitos e pressupostos, pretendo criticar e quem sabe, a partir deles, irritá-lo e deixá-lo inquieto, porque, sabe-se lá o porquê, já estou convencido de que dificilmente você concordará  com meus argumentos.

      Introdução polêmica e provocativa à parte, queria compartilhar com você, leitor, o que ali em cima qualifiquei de “esse discurso”. Assim entendo aquele que, implícito nos slogans de “impacto” (“100 % branco, orgulho hétero”, “Família = Homem + Mulher + Filhos”), tem por característica marcante o abandono completo de qualquer raiz histórica, sociológica ou plural, imprescindíveis para argumentações mundo afora. O argumento, aparentemente simples, é de que se há  algo que diz “100 % negro” e isso não é considerado discriminação, por que não dizer o oposto, valorizando o branco, já que, afinal, somos todos iguais e se valer de algo que afirme ou negue algo é totalmente impróprio para ir contra o racismo? Indivíduos iguais que somos, desde o nascimento, temos que superar esse passado e seguir em frente, nesse mundo multicultural e livre que hoje vivemos.

      Vamos com calma. É muita bobagem para ser criticada nas poucas linhas desse texto. Por que dizer 100% negro e 100% branco são coisas completamente distintas? Um primeiro ponto é que, afinal, historicamente, pessoas que se afirmavam brancas e pessoas que se afirmavam negras não tiveram as mesmas vivências sociais nem passaram pelas mesmas experiências constrangedoras na sociedade. Não me refiro nem à escravidão, mas mesmo a um presente pós-abolição, no qual as condições sociais “permitidas” ao negro e ao branco continuaram, e prosseguem, sendo diferentes umas das outras. A meu ver, baseado nisso, quando alguém se afirma ser negro em sua completude, há, por trás disso, uma questão de resistência e uma ideia de afirmação perante a condição socialmente desigual. Une-se o histórico da “cor da pele” à realidade atual e, com isso, manifesta-se uma posição combativa à opressão. Quando você diz ser 100% branco, pelo contrário, não há  um combate ao histórico de “sofrimentos” pelo qual você  passou exclusivamente porque é branco, mas, simplesmente, uma tentativa boba de se opor à resistência do discurso criticado. Em poucas palavras, conservadorismo falacioso.

      Orgulho hétero. Usuários de facebook terráqueos já devem ter também visto uma dessas tirinhas que carregam uma mensagem semelhante a essa: (http://a8.sphotos.ak.fbcdn.net/hphotos-ak-ash4/430297_400694226657735_554095859_n.jpg). O problema e a crítica dele são muito parecidos com o que tentei abordar em relação à ideia do “100% branco”. Ignorar que, em nossa sociedade, as oportunidades não são iguais beira à irresponsabilidade política. Irresponsável porque põe de lado toda uma série de conjunturas que a pessoa X ou Y, simplesmente por se afirmar como homossexual, passa durante uma trajetória de vida. Desde os possíveis e prováveis conflitos familiares até aqueles que envolvem pessoas com as quais você nunca se deparou, mas que, estranhamente, acham que, por  passar tangencialmente à heteronormatividade, você merece ouvir delas os conselhos sobre como isso pode ser “antinatural”, “imoral” ou ainda pior, uma decisão de momento, como se fruto de uma inocência com relação ao mundo. Toda essa discussão mereceria ter sido superada.

     Não  é fácil, ela ainda continua e parece a todo dia mexer com os brios de seus adeptos. Como se fosse tranquilo ouvir que se precisa de tratamento em consequência de uma orientação social específica. Por esse e muitos outros motivos, afirmar-se gay é totalmente diferente de se afirmar hétero. Não há pretensão à  neutralidade que possa abafar o quanto as coisas são construídassocialmente. E o quanto socialmente se oprimem pessoas e grupos. Afirmar algo relacionado ao “orgulho gay”, por exemplo, é uma forma possível de se manifestar com  resistência a certos padrões dominantes no mundo em que vivemos. Resistir. Você pode dizer “eu sou heterossexual”, mas é difícil negar que raramente você ouvirá qualquer coisa que o constranja pelo simples fato de dizer isso. Ou alguém nunca foi alvo de “brincadeiras” na escola por manifestar algum comportamento que se relacionasse à tão conhecida expressão “bicha”?

     Por essas e outras, os elementos que citei um pouco mais acima integram o discurso neutralizante e anti-histórico. Palavras e atos que transformam todos em iguais. Se iguais somos, isso não nos leva a crer que, escondidos sob esse princípio, não devamos lutar para desestruturar desigualdades, quebrar rotinas discriminatórias e para valorizar a autonomia de grupos minoritários (não, neonazista, sua minoria será ouvida, mas ela não deverá ser apoiada institucionalmente). E a vocês que tentam apagar o passado em nome de um futuro daqui para a frente, isso dificilmente fará diferença na vida de vocês e até mesmo na minha, mas não se esqueça de quem nem todo mundo que vive por aí  teve os mesmos direitos seus durante toda essa nossa caminhada sob o mesmo sol.

Vinicius Prado Januzzi é petiano, apaixonado pela vida e pelas pessoas.

6 comentários em ““100 % branco”, “orgulho hétero” e outras falácias do discurso neutralizante e anti-histórico

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  1. Queridos amigos deste forum: Prometo que será a última vez que me intronizo neste tipo de tema.
    Parece quixotesco. Mas é.
    Todos nós temos dezenas de amigos, parentes e inimigos homossexuais.
    Vivíamos em paz.
    Aí, então vieram os militantes das causas perdidas.
    São do mesmo grupo que acreditam que vão, quem sabe um dia exterminar os políticos curruptos, a mentira, a prostituição, as drogas, os homofóbicos, a maldade, a inolerância, o racismo, pobreza, enfim vão endireitar o mundo.
    Seria um mundo homogêneo,sem conflito, sem diferenças.
    Quem viveria em um mundo deste?
    A quem serve este projeto de humanidade?
    Não conseguem administrar os conflitos?
    As mudanças acontecem no clima de desafios.
    Será que dá pra extinguir a militância pro-gay? Ou pró-feminista? Ou anti-racista? Ou pró-democracia? Ou pró-sei-lá-o-quê?
    Quando a gente quer resolver um problema a gente educa, negocia, convence.
    Só vejo a criminalização das condutas anti-progressistas?
    Como foi possível convivermos até o início do século sem as tais violências homofóbicas?
    Este conteúdo ideologizado da imposição fascista do pensamento único não respeita o direito de discordância? Não respeita o direito à opinião diversa!

  2. Concordo plenamente quando o argumento de ser 100 por cento branco e 100 por cento hetero advém de conservadorismo, desinformado, deformado e puramente preconceituoso.
    No entanto, e quando a afirmação de certa condição (ser branco, por exemplo) advém não para diminuir a afirmação de outra (ser negro, por exemplo) mas para resistir (da mesma forma) à violências simbólicas que só são diferentes por possuírem menor grau? Afimar-se seria também problemático? Pergunto ao autor.

    Uma coisa é dizer-se orgulho hétero por questões conservadoras. Outra coisa é ter um pensamento progressista, que envolve todas as considerações que o sr. autor citou e sofrer opressão (ainda que gradativamente menor, é lógico) por não se ligar à uma minoria, ainda que este indivíduo não tenha nada contra sua causa e seu processo afirmativo. Vou exemplificar para clarear minha dúvida para que o autor possa dar uma resposta melhor.

    Apesar de haver discordâncias quanto a externalidade desse fator, peguemos por exemplo, a renda. Por enquanto (e não tenho problemas em mudar de opinião), não vejo diferença entre preconceito contra alguém que é (classificado como) pobre e preconceito contra alguém (classificado como) rico (para os que não podem nem imaginar como isto é possível, isto vai desde coisas banais como “seu burguês, você possui automóvel”, desqualificando a pessoa, até constrangimentos que envolvem impedimentos, no sentido de ir e vir, expressão artística, etc, tais como “o que é que você branco e rico está fazendo num concerto de soul [cito soul aqui pois refiro-me à um caso específico do contexto sessentista americano e não quero dizer que este som é associado a pobreza, cor ou qualquer coisa do tipo, por isso preferi usar este exemplo de algo concreto que aconteceu historicamente, independentemente do que eu penso, que citar outro estilo de música que poderia dar base a uma afirmação preconceituosa implícita]).

    Ao manifestar essa opinião (de que não vejo diferença entre preconceito à um rico e à um pobre) em outro contexto, me disseram que o preconceito é diferente sim em termos de intensidade e consequências (o preconceito ao negro mata, oprime, é violento, etc) e isto não poderia estar mais certo (ou seja CONCORDO). Mas meu argumento é que, alguém ser mais marginalizado não faz da marginalização ocorrida em outro contexto e em outra intensidade, justificável. Se for assim, o que se defende é uma sociedade sem preconceitos profundos, eu defendo uma sociedade sem preconceito ALGUM! É claro que, especificamente no tangente à manifestação disso (definição jurídica de preconceito), o que implica que em pensamento ele sempre existirá, infelizmente. Acontece que quando se pensa assim (que devemos apenas eliminar a violência de maior intensidade, a por parte da maioria sobre a minoria e não da vertente contrária e enfatizo aqui que a minoria tem muito mais direito de se afirmar, porém nenhum de usar a violência para tanto), a ditadura do brasil foi branda porque a do Chile foi pior, o racismo no Brasil é brincadeira comparado ao dos EUA, um neonazista aqui não é tão horrível quanto um Ariano polonês e assim por diante.

    Conclusão, preconceito é preconceito, independentemente da gradação. Se o autor puder concordar com isso (e é claro concordar que qualquer tipo de preconceito é prejudicial) devemos antes, voltar a análise não para a frase ou para a ideia que fazemos da frase, mas para o contexto de quem expressa tal violência simbólica. Se o faz por conservadorismo e preconceito é uma situação na qual concordo inteiramente com o texto do autor, mas se o faz por defesa (à violências como as da “tirinha”), não vejo muita diferença, afinal ele está se afirmando e não impedindo a lógica afirmativa do outro. Veja a própria tirinha: ser chamado de racista e isso gerar uma afirmação de alguma possível “branquidade”, não elimina a afirmação de uma possível “negritude”. Apenas segue a mesma lógica de combate à violência de ser chamado de racista. Mas quando esta afirmação (sou homossexual, sou negro, ou outra) constitui em proibição, censura e violência a quem se afirma ou até mesmo ironia (o que envolve humor), sou totalmente contrário e concordo com o autor.

    Sim, o mundo é complexo e devemos nos atentar para peculiaridades como estas, ainda que sejam “falar demais sem nenhum propósito” para muitos. Assim, devemos observar qual o contexto e intenção do emissor, afirmação por afirmação depende da intenção. Podemos estar diante de um neonazista, de alguém se defendendo ou apenas de alguém sem informação que numa boa conversa mudaria sua opinião sem a necessidade de censurar seu slogan por definição baseando-se em uma ideia sobre a maioria das pessoas que expressam tal discurso, ignorando exceções e peculiaridades (o que aliás, é autoritário).

    Nos anos 80, a banda de hardcore e punk rock Minor Threat escreveu uma canção chamada “Guilty of being white”, progressistas, alguns militantes, alguns inclusive anarquistas não corroboravam com a ideia de que o negro ou homossexual deva ser marginalizado, mas também não corroboravam com a ideia de que a violência direcionada ao branco seja justificável. Eis o que o vocalista Ian Mackeye disse sobre a repercurssão da música (desculpe aos que não entendem inglês):

    Minor Threat’s song “Guilty of Being White” led to some accusations of racism[by whom?], but MacKaye has strongly denied such intentions and said that some listeners misinterpreted his words. He claims that his experiences attending Wilson High School, whose student population was 70 percent black, inspired the song. There, many students bullied MacKaye and his friends. Thrash metal band Slayer later covered the song, with the last iteration of the lyric “Guilty of being white” changed to “Guilty of being right.” In an interview, MacKaye stated that he was offended that some perceived racist overtones in the lyrics, saying, “To me, at the time and now, it seemed clear it’s an anti-racist song. Of course, it didn’t occur to me at the time I wrote it that anybody outside of my twenty or thirty friends who I was singing to would ever have to actually ponder the lyrics or even consider them.

    Eis o link para quem quiser escutar.

    “Eu acho que o mundo deve ser mais complicado que certo e errado, direita esquerda, céu e inferno”

    Luiz, contra todo e qualquer tipo de preconceito.

  3. Concordo com o professor Roberto, que a inexistência do conflito é impossível. Também concordo que qualquer tentativa de eliminá-lo é autoritária. Mas meu comentário vai no sentido de que a eliminação da violência (por meios não massivos e também violentos), possa ser possível, por meios diversos, que envolvem desde o entendimento do contexto do autor até a proposição voluntária de alteração do discurso (e portanto não impositiva).

  4. Quebrando a miha promessa, deparei-me com uma frase que corre nos sites de redes sociais sobre “orgulho de ser sei-lá-o-quê”. Não pude me conter…Lá vai de novo…
    Aí, vamos parar com esse negócio de “orgulho”.
    O orgulho é um dos pecados capitais.
    Nós temos é que ter consciência de que somos apenas externamente diferentes.
    Além do mais, a cor da pele não constitui nem constrói uma categoria analítica separada e homogênea: somos muito diferentes entre nós, negros: existem negros flamenguistas que detestam ou até odeiam outro negro por ser tricolor, “pó de arroz” como eu, considerado um time racista; existem negros homens que espancam e matam suas mulheres negras, as estupram, as roubam; existem negros cristãos, muçulmanos e agnósticos, que se enfrentam ferozmente; existem negros portadores de necessidades especiais que são estigmatizados por outros negros não portadores; existem negros ricos que discriminam outros negros por serem pobres; enfim, nada nos une nem nos separa mais do que entre brancos e negros ou qualquer outra etnia.
    O fato de sermos negros não cria automaticamente uma afinidade nem solidariedade mecânica nem orgânica entre nós.
    Aliás, nem nos faz cúmplices.
    Desatomizar uma concepção de igualdade artificial será um esforço muito maior do que eliminar o racismo, o sexismo, a homofobia, o classismo.
    A experiência dos quse 70 anos de socialismo na ex-URSS nos mostrou (para quem quer aprender lições históricas) o quanto os comunistas e socialistas podem ter divergências profundas, algumas clivagens internas são muito maiores do que poderia haver em alguns casos entre um capitalista e um socialista.
    Esta é a beleza da normalidade, sabermos ser diferentes e convivermos com as diferenças!

  5. Eu sou branca,100% branca e gosto muito de ser assim. Isso não significa que eu me julgue ser mais ou melhor do que uma pessoa negra! Todo ser humano tem o bem e o mal dentro de si, muitos deixam prevalecer o lado mal, e não importa a cor da pele da pessoa!
    Sempre estudei em escola pública, sempre trabalhei e nunca precisei me esconder atrás de preconceitos do tipo “sou mulher e por isso sou desprivilegiada nisso ou naquilo”. Simplesmente estudei, trabalhei, não roubei ninguém, não discriminei ninguém, não agi com desonestidade.
    Sabendo que sou pobre, não tive filhos. Não quis deixar para eles apenas a herança genética (única que me seria possível deixar).
    Sou sim 100% branca, sou mulher e gosto muito de ser assim. Não sou racista, nem feminista, apenas analiso a realidade e faço sempre o meu melhor. 8

  6. ” já estou convencido de que dificilmente você concordará com meus argumentos”

    Ou seja, você inicia com uma noção pré-concebida acerca das idéias que uma pessoa tem e pode vir a ter. Sabe o que é isso? Preconceito. Noção pré-concebida. Você julga previamente a capacidade cognitiva das pessoas. Nunca te passou pela cabe que pessoas do “orgulho hetero” querem, de fato, contestar políticas do movimento LGBT e não propagar discriminação? Até onde você é mente aberta ao ponto de analisar os argumentos dos seus interlocutores?

    “Um primeiro ponto é que, afinal, historicamente, pessoas que se afirmavam brancas e pessoas que se afirmavam negras não tiveram as mesmas vivências sociais nem passaram pelas mesmas experiências constrangedoras na sociedade.”

    Eu não sei exatamente em qual sociedade você vive, mas aqui no Brasil absolutamente tudo sobre você é definido por condição financeira. Se um mendigo branco de olhos azuis entrar em um shopping, será imediatamente expulso pelos seguranças.

    Cor de pele é simplesmente a coisa mais irrelevante que consigo imaginar em uma pessoa. Ah, mas de fato, não devemos nos esquecer que existe sim uma grande discriminação com base nesse fator insignificante: ações afirmativas. É descaradamente a maior representação do apartheid que já vi em território brasileiro, vinda do nosso próprio governo. O mais engraçado de tudo é que, para justificar isso, os defensores de cotas NUNCA usam o argumento cor de pele. Usam o argumento financeiro.

    Se eu pergunto “como fica um branco pobre e um negro rico”, até hoje só me responderam “a maioria dos pobres é negra”. Primeiro, segundo o IBGE, isso é mentira, o percentual é quase igual. Segundo, por que mudar de critério? Repare que tentam justificar com “pobreza”. Porra. Por que não fazer cotas exclusivamente para pobres, o que seria de cara o único fator justo? Ah, claro, também concordo com cotas para deficientes, afinal são pessoas com muito mais dificuldade competitiva em certames.

    “Ou alguém nunca foi alvo de “brincadeiras” na escola por manifestar algum comportamento que se relacionasse à tão conhecida expressão “bicha”?”

    Também já vi um colega meu se isolar totalmente da turma por ser chamado de “leite coalhado”, “pica de boi albino” e “porra de pombo”. Seu defeito era ser branco. Mas me ajude aqui, não consigo lembrar, o texto é sobre bullying e autoestima? Porque você está falando exatamente disso como tentativa de justificativa. A verdade é que homossexuais acabaram estigmatizados pelas “paradas gays”. Muitos, quando pensam em um gay, pensam em um homem vestido de carnavalesca, gritando em mega-fone. Na faculdade onde estudei, tinha um professor que era gay, e só descobrimos porque ele apareceu lá com o namorado. Um ótimo profissional, muito respeitado e querido por todos, que já foi paraninfo de várias turmas. Ele não se vitimizava, ele não vestia saias coloridas, ele apenas era gay, e isso não muda absolutamente nada em uma pessoa.

    Em suma: pare de ser preconceituoso. Julgue as pessoas pelas suas atitudes, as quais são manifestações de caráter

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